Benefícios do Diagnóstico de TDAH na Vida Adulta

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno crônico do neurodesenvolvimento, caracterizado principalmente por sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção. Estima-se que cerca de 3% dos adultos sejam afetados por esse transtorno.

Há vários motivos pelos quais o TDAH frequentemente é subdiagnosticado, especialmente em adultos. O transtorno costuma ser identificado na infância, e diagnósticos precoces estão associados a melhores resultados.

Muitos adultos com TDAH não diagnosticado passam a vida disfarçando seus comportamentos. Além disso, a maioria das pessoas com TDAH também apresenta outros transtornos neuropsiquiátricos, o que pode complicar o diagnóstico.

O subdiagnóstico é ainda mais comum entre meninas, mulheres e minorias raciais, devido a estereótipos e rótulos inadequados que dificultam a identificação do transtorno.

“A maior parte das pesquisas sobre TDAH foca em homens”, explica Annette Björk, professora de ciências da saúde na Mid Sweden University, com experiência em saúde mental.

Mudanças significativas na vida podem despertar a percepção de TDAH em adultos. Por exemplo, a gravidez, com suas alterações hormonais e estresse, pode ser um fator desencadeante. Outra situação é quando pais, após o diagnóstico de seus filhos, percebem que eles próprios apresentam sintomas, comenta Björk. No entanto, nem todos se sentem prejudicados por esses sintomas.

Em geral, pacientes e especialistas destacam os inúmeros benefícios de um diagnóstico preciso de TDAH na vida adulta.

“Receber um diagnóstico neurodivergente ajuda a entender por que é difícil se adaptar”, afirma Aquilina.

Para ele, falar abertamente sobre o diagnóstico de TDAH é útil, “pois permite que você perdoe a si mesmo pelas dificuldades que enfrenta, e as outras pessoas também podem compreendê-las”.

Muitos adultos recém-diagnosticados relatam uma sensação de alívio, como se um grande peso fosse retirado dos ombros, além de uma melhora na realização das tarefas cotidianas com o tratamento adequado.

Björk já trabalhou com pacientes que receberam o diagnóstico de TDAH após os 50 anos. Ela acredita que mesmo em idades mais avançadas, o diagnóstico pode trazer um autoconhecimento valioso.

Ela também destacou que o entendimento e o suporte aos adultos com TDAH podem ser cruciais para salvar vidas, já que pessoas com o transtorno têm uma expectativa de vida reduzida, em parte devido ao risco aumentado de suicídio, acidentes, abuso de substâncias e outros problemas de saúde.