Em primeiro lugar, acho importante deixar claro que eu acredito que qualquer transformação passa pela política. A política é a ferramenta que a sociedade usa para alcançar mudanças significativas. Mas política não é sinônimo de político.
Político é aquele que se dedica a fazer política. E a esses eu tenho muitas críticas. E a minha crítica é a de como eles fazem política.
Políticos falam de mais e escutam de menos. Eles falam nas eleições em seus palanques, comícios, reuniões; depois das eleições, eles continuam falando; falam nos eventos que foram chamados; e se vacilarmos, até quando dizem que a reunião será um diálogo, só eles falam; e falam, falam.
Eles falam, mas não escutam, porque acreditam que têm as respostas para os nossos problemas. Se eles escutassem, saberiam que nós temos as respostas, e que, para isso, precisamos da política como ferramenta. O voto é um discurso de quem irá liderar o processo de transformação por um período de tempo, mas que esse processo deve ser demandado pelo povo.
Os roteirenses sabem o que querem. Não precisamos eleger alguém para tentar adivinhar o que queremos ou mesmo nos dizer o que queremos. Sabemos o que queremos, os políticos só precisam parar de falar para nos ouvir.
Os políticos precisam aprender a ouvir os roteirenses. Não, vocês ainda não sabem fazer isso. E isso não é um ataque. Se você, político, acha que isso foi um ataque, você é a prova que políticos não sabem ouvir.
O roteirense que fala, mesmo que seja da gestão, mesmo que tenha votado a favor dos políticos que estão aí, com seus mandatos, ele é automaticamente visto, por esse políticos, como adversário, e seu discurso visto como um ataque.
A queixa de um roteirense não é um ataque, é um aviso de algo não está bem. Há pessoas da gestão que estão sofrendo caladas, porque você, político, não sabe ouvir, a não ser quando é para ser elogiado. Se falarem qualquer coisa, serão demitidos ou perseguidos. E isso não é exclusividade desta ou daquela gestão, é modus operandi de todas. Se os políticos de agora forem mudados, os próximos farão do mesmo jeito.
Quando um político se distancia de mais dos roteirenses, ele acaba sendo trocado. E essa troca também não é a solução. Logo entra outro que vai continuar ignorando a população.
Eu não me importaria que se mantenham os nome dos que estão hoje no poder, com a condição de esses políticos ouvirem a população.
Mudar de político é um recado do roteirense dizendo que vocês não estão ouvindo, mas nem assim vocês conseguem escutar.
Não adianta mudar de políticos se a maneira de fazer política continua a mesma, uma política de surdos. Uma política em que só políticos falam.
Chegou a hora de nós falarmos e eles nos ouvirem.
Sonho com um dia em que o plano de governo não sejam feitos por candidatos que foram “escolhidos” pelo próprio partido, partido esse que não está ligado aos interesses dos roteirenses, mas seja uma plano de governo construído por roteirenses, ouvindo cada um deles, do mais simples ao mais estudado, e inclusive a pessoa que seria a candidata seria uma escolha dos próprios roteirenses.
Sonho com uma política de diálogo.
Convido você a sonhar comigo.
