A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) enfrenta mais um período de greve e lutas por melhorias em seu sistema educacional. Professores aderiram ao movimento no dia 29 de abril e se juntaram ao técnicos da Ufal e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) na greve que acontece desde o dia 20 de abril em Maceió e nos campi do interior.
Educadores cobram urgência no reajuste salarial para repor as perdas acumuladas em 6 anos, a equiparação dos benefícios (auxílio alimentação, saúde e creche) dos poderes Legislativo e Judiciário, e a revogação das medidas que atacam o funcionalismo público ocorridas durante o governo Bolsonaro.
Após quase dois meses de greve, e diversas propostas do governo recusadas, teremos nesta semana uma nova rodada de assembleias para que seja dado mais um passo no movimento grevista, sendo colocada em pauta a contraproposta oferecida pelo governo federal: não prevê reajuste em 2024, propõe 9% de aumento em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026.
Alunos ficam sob incerteza
Milhares de alunos vinculados às duas instituições em greve, Ufal e Ifal, temem grandes impactos na retomada pós-greve. Perda de conteúdo pedagógico, calendário corrido, e incerteza sobre a data de formatura são os principais relatos dados pelos alunos.
Apesar de compreender as reivindicações dos funcionários, muitos dos alunos dizem que falta empatia com a situação dos estudantes, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, afirma que “quanto mais o governo demorar para apresentar uma proposta para atender as demandas, maior vai ser o risco de evasão dos estudantes, porque fica difícil de se manterem.”
Relembre outros casos recentes de greve
Os professores e servidores técnicos sempre foram sinônimo de luta, em pouco mais de 12 anos, estamos vivenciando a quinta paralisação nos institutos federais. É importante destacar que esse momento atual tem total semelhança com o passado.
Em 2012, houve um movimento que durou cerca de quatro meses tendo como principal cobrança o reajuste salarial, no fim da greve não conseguiram o acordo.
Em 2015 da mesma forma, a paralisação durou quatro meses com a mesma exigência e também não tiveram saldo positivo.
2016 e uma nova greve surge, dessa vez uma luta contra a PEC 55/2016 que congelava os gastos públicos, a PEC foi aprovada e os professores não conseguiram a revogação. O movimento durou 47 dias.
2017 e uma nova cobrança por reajuste salarial, a greve não teve tanta repercussão e acabou durando apenas um mês, novamente com um saldo negativo.
A questão que fica é: será que dessa vez, em 2024, os sindicatos conseguirão ter as suas reivindicações atendidas?